Um artigo de Diário Digital de 24 de Junho de 2010:
Mais de seis em cada 10 crianças já tiveram experiências online negativas, que passam por situações variadas como exposição a nudez ou tentativas de estranhos para as conhecerem na vida real, avança um estudo hoje lançado em Portugal.
De acordo com a análise – designada como "Norton Online Family Report" - uma em cada 10 crianças já foi alvo de tentativas de estranhos para as conhecer na vida real, enquanto que uma em cada quatro já viu imagens de violência ou nudez na Internet.
No entanto, menos de metade dos pais tem conhecimento destas experiências negativas dos filhos.
O relatório, realizado com base num inquérito feito em fevereiro deste ano em 14 países de todo o mundo, concluiu que a maior parte das experiências negativas tem como base tentativas de estranhos de os recrutarem como “amigos” nas redes sociais (41 por cento) ou com a contaminação dos computadores com vírus captados em 'downloads' (33 por cento).
Essas experiências negativas têm um "profundo impacto emocional" nos mais jovens, sendo que um quinto das crianças sente-se embaraçado e arrependido. Mesmo quando não têm responsabilidade direta.
“Achei muito interessante saber o que os jovens sentem quando questionados sobre as suas experiências negativas”, admitiu à agência Lusa o fundador do projeto MiudosSegurosNa.Net, Tito de Morais, presente na apresentação deste relatório.
“Muitos jovens têm sentimentos de culpa em relação a situações de que, muitas vezes, nem são responsáveis. E isso alerta-nos para a necessidade de, como pais, partilharmos essa responsabilidade”, sublinhou.
Para este responsável, essa prevenção “é um trabalho de toda a sociedade”, mas deve começar a ser feita pelos pais.
“Podemos fazer parte das redes de que os nossos filhos fazem parte”, o que permite detetar algumas situações, defendeu.
“Muitas vezes há sinais simples: a frase que ele deixou como pensamento do dia ou a frase que escreveu como mensagem de status no Messenger”, adiantou, lembrando que isso torna ainda possível “ver quem faz parte da rede deles [e] quem são os ‘amigos’”.
Também o responsável da empresa que divulgou o estudo da Norton, a Symantec, defende que o mais importante é deter o mais possível de informação.
E deu um exemplo: "Imagine que o seu filho está a entrar numa página com o subtítulo ‘conteúdo de sexo’. Pode tratar-se de um grupo de música ou uma canção, mas se ler esta mensagem sem conhecer o que está por trás é capaz de ter uma zanga com o seu filhos e isso vai afastar-vos”.
Atualmente, avançou, “existe um grande distanciamento entre a família - os pais - e as crianças”, sendo que “os pais pensam que as crianças usam a Internet para coisas diferentes do que usam".
Por isso, Salvador Tapia Rodriguez defende que não vale a pena bloquear o acesso dos filhos à Internet.
O que é preciso é que “os pais tenham conhecimento de quanto tempo é que os filhos estão na Internet, se têm uma ou 10 contas no Facebook”.
Realizado em fevereiro deste ano, este estudo do Norton foi o maior de sempre, tendo sido questionadas mais de 2800 crianças e 7000 adultos em todos os continentes, mas não incluiu Portugal.
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